quarta-feira, 29 de abril de 2009

CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA


NESTA SEXTA-FEIRA DIA 1 MAIO DE 2009, MISSA E PROCISSÃO NA CAPELA SANTA ZITA EM HONRA A SANTA ZITA.
A MISSA SERÁ CELEBRADA PELO BISPO DOM BENEDITO E PADRE LUIZ FURINI ÁS 19:00 h
PROCISSÃO ÀS 18:30 h
VENHAM PARTICIPAR CONOSCO
CAPELA SANTA ZITA: Rua Manoel Ragne, 59 Vila Angélica - Pres. Prudente

sábado, 25 de abril de 2009

27 DE ABRIL: DIA DE SANTA ZITA


Zita foi empregada doméstica durante trinta anos em Luca, na Itália. Hoje em dia, as comunidades de baixa renda sofrem grande injustiça social, principalmente quando trabalham em serviços domésticos, como ela, mas no século XIII as coisas eram bem piores. Zita nasceu em 1218, no povoado de Monsagrati, próximo a Luca, e, como tantas outras meninas, ela foi colocada para trabalhar em casa de nobres ricos. Era a única forma de uma moça não se tornar um peso para a família, pobre e numerosa. Ela não ganharia salário, trabalharia praticamente como uma escrava, mas teria comida, roupa e, quem sabe, até um dote para conseguir um bom casamento, se a família que lhe desse acolhida se afeiçoasse a ela e tivesse interesse em vê-la casada. Zita tinha apenas doze anos quando isso aconteceu. E a família para quem foi servir não costumava tratar bem seus criados. Ela sofreu muito, principalmente nos primeiros tempos. Era maltratada pelos patrões e pelos demais empregados. Porém agüentou tudo com humildade e fé, rezando muito e praticando muita caridade. Aliás, foi o que tornou Zita famosa entre os pobres: a caridade cristã. Tudo que ganhava dos patrões, um pouco de dinheiro, alimentos extras e roupas, dava aos necessitados. A conseqüência disso foi que, em pouco tempo, Zita dirigia a casa e comandava toda a criadagem. Conquistou a simpatia e a confiança dos patrões e a inveja de outros criados. Certa vez, Zita foi acusada de estar dando pertences da despensa da casa para os mendigos, por uma das criadas que invejavam sua posição junto aos donos da mansão. Talvez não fosse verdade, mas dificilmente a moça poderia provar isso aos patrões. Assim, quando o patriarca da casa perguntou o que levava escondido no avental, ela respondeu: "são flores", e soltando o avental uma chuva delas cobriu os seus pés. Esta é uma de suas tradições mais antigas citadas pelos seus fervorosos devotos. A sua vida foi uma obra de dedicação total aos pobres e doentes que durou até sua morte, no dia 27 de abril de 1278. Todavia, sua interferência a favor deles não terminou nesse dia. O seu túmulo, na basílica de São Frediano, conserva até hoje o seu corpo, que repousa intacto, como foi constatado na sua última exumação, em 1652, e se tornou um lugar de graças e de muitos milagres comprovados e aceitos. Acontecimentos que serviram para confirmar sua canonização em 1696, pelo papa Inocêncio XII. Apesar da condição social humilde e desrespeitada, a vida de santa Zita marcou de tal forma a história da cidade que ela foi elevada à condição de sua padroeira. E foi uma vida tão exemplar que até Dante Alighieria a cita na Divina Comédia. O papa Pio XII proclamou-a padroeira das empregadas domésticas.

MILAGRE DOS CORPOS INCORRUPTOS

No livro do Eclesiastes, se lê esta frase: 'Lembra-te que és pó. E ao pó retornarás'. Além de lembrar ao homem sua condição perecível e transitória, esta sentença recorda a aniquilação física, a decomposição do organismo, após a morte. A realidade é constatada quase universalmente. Digo quase universalmente, por se darem exceções, embora raríssimas, de não decomposição física. Exceção esta conhecida pelo nome de Incorrupção.
A Incorrupção é a preservação do corpo humano da deteriorização que comumente afeta todo organismo poucos dias após a morte. É evidente que são excluídas as mumificações, as saponificações e outros processos químicos de preservação dos corpos dos mortos; pois seriam incorrupções artificiais.

Santa Rita de Cássia e Santa Zita, são exemplos do Milagre do Corpo Incorrupto


SANTA RITA DE CÁSSIA: seu corpo continua conservado e intacto até hoje.

Qualquer pessoa pode contemplar Santa Rita na Igreja do Convento de Cássia, dentro de um relicário de cristal. Depois de tantos anos, seus membros ainda têm flexibilidade e pela expressão do rosto, parece estar dormindo.


SANTA ZITA : seu corpo também continua intacto na Basílica de San Frediano em Lucca.
Uma vez por ano o Corpo Incorrupto de Santa Zita pode ser tocado por seus devotos.

Santa Rita de Cássia e Santa Zita, rogai por nós!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

SANTA ZITA

BASÍLICA EM SAN FREDIANO-LUCCA

Onde conserva-se até hoje o corpo de Santa Zita, que repousa intacto, como foi constatado na sua última exumação, em 1652, a Basílica se tornou um lugar de graças e de muitos milagres comprovados e aceitos.


OFERENDAS


A TEOLOGIA DAS OFERENDAS


Tudo isso explodiu no Cristianismo sem dificuldades ou óbices de qualquer espécie. Cristo nunca se referiu à fundação de nova religião, nem insinuou uma vez sequer uma separação do judaísmo.

Os Apóstolos e os primeiros cristãos continuaram freqüentando o templo e as cerimônias litúrgicas dos judeus (Lc 24,53; At 2,46; 3,1 etc.). O próprio Jesus dissera:

"Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento, porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um "iota", nem um "til" da Lei, sem que tudo seja realizado" (Mt 5,17-18).

Por causa dessa afinidade e continuidade, todo o aculturamento religioso que não conflitava com a doutrina de Cristo penetrou nos rituais litúrgicos da Igreja. Principalmente na Fração do Pão, a Eucaristia, de que os sacrifícios israelitas eram "figura" (1 Cor 10,6.11; Rm 15,4; Hb 9,24; Gl 4,24-26):

"Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56).

"...Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: 'Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim.' Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: 'Este cálice é a nova aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim" (1 Cor 11,23-25).


Jesus se apresenta como a vítima, a própria oferenda, a essência de todo o sacrifício e desde o Antigo Testamento fonte da comunhão do Homem com Deus. Quando anuncia a Ceia Eucarística (Jo 6) os judeus arrepiam-se ao ouvirem-no falar em "comer a sua carne" e "beber o seu sangue".


Compreenderam, aculturados tal como seus antepassados, que Jesus seria a vítima ou hóstia do sacrifício (Jo 6,69). Da mesma forma sentiram profunda aversão, culturalmente comprometidos, com a modificação em "beber o sangue", o que lhes fora sempre vedado (Lv 12,16.23). O sangue era considerado "a sede da vida":

"Porque a vida da carne está no sangue. E este sangue eu vo-lo tenho dado para fazer o rito de expiação sobre o altar, pelas vossas vidas; pois é o sangue que faz a expiação pela vida" (Lv 17,11).

Já os primeiros cristãos compreenderam que o sacrifício que lhes era entregue era o de comunhão, pois dele comeriam todos, tal como na refeição sagrada, e ao "beberem o sangue" beberiam a "Vida de Cristo". Tanto é assim que São Paulo o compara com os sacrifícios pagãos distinguindo-os do sacrifício israelita (1 Cor 10,14-20). Destaca além do caráter sacrificial dele, também o caráter sacramental pela "comunhão com o corpo e com o sangue do Senhor" (1 Cor 10,16), dEle recebendo a vida divina, a graça:

"Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim..." (Jo 6,57).

Receber a Vida de Cristo é santificar-se, "cumprindo em plenitude o que os sacrifícios antigos prefiguravam" (Hb 9,9-14). Jesus vincula o seu sacrifício à Aliança do Sinai (Ex 24,8), "cumprindo-a" (MT 5,17-18):

"Este é o Cálice da Nova Aliança em meu Sangue..." (! Cor 10,25).

"Este é o Sangue da Aliança que Iahweh fez conosco..." (Ex 24,8).

Assim, cada vez que se celebra a Eucaristia e se come e se bebe o corpo e o sangue do Senhor, o sangue dEle é aspergido em todo o "corpo místico de Cristo", a Igreja (Ef 1,22-23; Col 1,18), "santificando-o". "Perpetua" a Aliança de Moisés (Ex 24,8) e o "sacrifício da cruz" (Sacrosanctum Concilium n.º 47). Jesus é o "Santo de Deus" (Jo 6,69).


Não há um só elemento “em figura” nos sacrifícios israelitas que não esteja “em plenitude” no Sacrifício da Eucaristia. Para Ela é que se convergem, da mesma forma, as oferendas, não mais como a herança de uma tribo ou sacerdotal, mas a herança do Corpo Místico de Cristo em toda a plenitude. É também, até mesmo pela simples entrega delas, a unificação de todos, material e es-piritualmente, santificando-se na oferenda consagrada, ao comer cada um e todos a hóstia (=vítima) santa, antecipando-se o Banquete Messiânico (Lc 22,18; 1 Cor 11,26) da Comunidade Eclesial en-tão formada, pela manducação do Corpo do Senhor. Jesus é a própria oferenda, não como entre os Israelitas onde Deus se significava nela para alimentar uma tribo; agora é o próprio Jesus Res-suscitado, o Filho de Deus Vivo, o Santo de Deus, que alimenta o Seu Próprio Corpo, unificando-O e santificando-O:

"Já que há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão ... aqueles que comem as vítimas sacrificadas não estão em comunhão com o altar?" (1 Cor 10,17).

Com as oferendas depositadas no altar durante o Ofertório, na consagração da hóstia, atinge-se a comunhão com Deus e com os irmãos, no Corpo Místico de Cristo e recebendo o próprio Cristo, no corpo e sangue, o cristão volta a refletir a "imagem de Deus" perdida pelo pecado:

"E nós que, com a face descoberta refletimos como num espelho a Glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem, cada vez mais resplandecente, pela ação do Senhor, que é Espírito" (2 Cor 3,18).

De tudo o que foi exposto conclui-se que a oferenda é um culto a Deus, a participação do “trabalho humano”, tal como se diz no início da Missa, na constituição material da vítima (=hóstia) consagrada, a oferenda santa por excelência, o próprio Corpo e Sangue de Cristo, a essência do sacrifício, a unificação, centro e ápice da comunhão e santificação da Igreja, em plenitude. Com a oferenda se participa na Obra de Santificação de todo o mundo pela santificação de uma parte. É ser vítima consagrada com Cristo, em união plena e indissolúvel. Faz-se parte de toda a atividade da Igreja tal como o Catecismo enseja, participando de toda a satisfação das “necessidades dela, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras apostólicas e de caridade e para a honesta sustentação de seus ministros”. Além de vítima ou hóstia o fiel deve ter consciência da sua participação também em todo ato litúrgico, tanto nos demais sacramentos, onde está presente materialmente com o fruto dos rendimentos de seu trabalho, bem como em toda e qualquer obra da ou ato Igreja, sem outro interesse que a comunhão com Deus, nunca a espera de qualquer recom-pensa ou fortuna. Não é um negócio que faz com Deus, é um ato litúrgico, um culto.


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Discípulos de Emaús em Prosa e Verso


OS DISCÍPULOS DE EMAÚS


Dois discípulos seguiam

Com destino a Emaús.

Na caminhada falavam;

Sobre a morte de Jesus.


Sobre os Filho de Deus Pai

Que naquela cruz morreu.

Eles não se conformavam

Com o que aconteceu.


Eles iam caminhando

E conversando sem parar.

Nem perceberam o andarilho

Que a eles foi se ajuntar.


Sobre o que eles conversavam,

O andarilho perguntou.

— Então não estás sabendo?

Cléofas o indagou.


— Contem-me o ocorrido.

Também desejo saber

Tudo o que aconteceu.

Alguém pode me dizer?


— És o único na terra

Que diz não saber de nada;

Que mataram o Nazareno

Na Sexta ferira passada.


Ele que foi um profeta

Poderoso, em palavras e ação;

A esperança de Israel

Para a sua salvação.


Nosso sumo sacerdote

Sem piedade o entregou

Pra ser condenado à morte

Na cruz, que ele próprio carregou


Depois que Jesus morreu

Seu corpo foi sepultado.

Mas disseram que o sepulcro

Vazio foi encontrado!


Cadê o corpo de Jesus?

— As mulheres perguntaram -

Foi quando os anjos de branco

A elas então falaram:


Jesus Cristo, o Nazareno,

Que aqui foi sepultado.

Como dizem as Escrituras,

Ele foi ressuscitado.


Seu corpo irá para o céu

Pra ficar junto de Deus.

Não procurem entre os mortos

Aquele que não morreu.


O andarilho ouviu

Pra depois então falar:

— O que os profetas falaram

Vocês devem acreditar.


Para entrar na sua glória

Foi que o Messias sofreu.

Os profetas profetizaram

Tudo o que aconteceu.


As passagens da Escritura

Que sobre Jesus falavam

Aquele pobre andarilho

Para os dois homens contava.


Quando perto do povoado

Aqueles homens chegaram,

O andarilho foi andando...

Quando eles o convidaram:


— Fica conosco, amigo,

Já é tarde e a noite vem.

Andar por aí sozinho

É coisa que não convém!


Já que eles insistiram,

O amigo entrou pra ficar.

Sentou-se à mesa com eles

Para se alimentar.


Abençoou o pão e ao parti-lo,

— Como num raio de luz —

Os olhos deles se abriram

E viram que era Jesus.


Jesus tomando o pão

Com eles o repartiu.

Na frente dos olhos deles

O Senhor Jesus sumiu.


Naquele instante, os dois homens

Da mesa se levantaram.

Pra contar aos seus amigos,

À Jerusalém voltaram.


E quando lá chegaram

Cléofas tudo contou.

E todos juntos aclamaram:

Jesus, nosso Rei, ressuscitou!


Creditos: Antônio Oliveira (Paraibuna SP)

"Dízimo: Ato de Fé e Amor"


O MENINO E A MOEDA

Um homem resolveu construir um muro. Depois que o muro ficou pronto sobrou um monte de entulho. O homem convidou um menino para remover aquele resto de obra. Combinou pagar a quantia de R$ 10,00. Era serviço para poucas horas. O serviço foi concluído em menos de 3 horas e o pagamento foi feito com uma nota de R$ 5,00 e cinco moedas de R$ 1,00. Mostrando alegria por ter recebido o seu pagamento, o menino colocou nos bolsos da frente da velha bermuda que usava, a nota e quatro moedas, no bolso de trás colocou a outra moeda. Curioso com o fato, o homem perguntou ao menino porque havia separado aquela moeda. Demonstrando muita consciência e segurança, respondeu o menino:


“-O padre da minha Igreja leu na Bíblia que de tudo que a gente recebe, 10% é de Deus e que devemos devolver a Ele como Dízimo. Esta moeda é a parte de Deus que vou levar para a minha Igreja”.

Páscoa


DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR


HOMILIA DO PAPA BENTO XVI


Domingo de Páscoa 12 de Abril de 2009

Amados irmãos e irmãs!


«Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado» (1 Cor 5, 7): ressoa hoje esta exclamação de São Paulo que ouvimos na segunda leitura, tirada da primeira Carta aos Coríntios. É um texto que remonta apenas a uns vinte anos depois da morte e ressurreição de Jesus e no entanto – como é típico de certas expressões paulinas – já encerra, numa síntese admirável, a plena consciência da novidade cristã. Aqui, o símbolo central da história da salvação – o cordeiro pascal – é identificado em Jesus, chamado precisamente «o nosso cordeiro pascal». A Páscoa hebraica, memorial da libertação da escravidão do Egipto, previa anualmente o rito da imolação do cordeiro, um cordeiro por família, segundo a prescrição de Moisés. Na sua paixão e morte, Jesus revela-Se como o Cordeiro de Deus «imolado» na cruz para tirar os pecados do mundo. Foi morto precisamente na hora em que era costume imolar os cordeiros no Templo de Jerusalém. O sentido deste seu sacrifício tinha-o antecipado Ele mesmo durante a Última Ceia, substituindo-Se – sob os sinais do pão e do vinho – aos alimentos rituais da refeição na Páscoa hebraica. Podemos assim afirmar com verdade que Jesus levou a cumprimento a tradição da antiga Páscoa e transformou-a na sua Páscoa.
A partir deste novo significado da festa pascal, compreende-se também a interpretação dos «ázimos» dada por São Paulo. O Apóstolo refere-se a um antigo costume hebraico, segundo o qual, por ocasião da Páscoa, era preciso eliminar de casa todo e qualquer resto de pão fermentado. Por um lado, isto constituía uma recordação do que tinha acontecido aos seus antepassados no momento da fuga do Egipto: saindo à pressa do país, tinham levado consigo apenas fogaças não fermentadas. Mas, por outro, «os ázimos» eram símbolo de purificação: eliminar o que era velho para dar espaço ao novo. Agora, explica São Paulo, também esta antiga tradição adquire um sentido novo, precisamente a partir do novo «êxodo» que é a passagem de Jesus da morte à vida eterna. E dado que Cristo, como verdadeiro Cordeiro, Se sacrificou a Si mesmo por nós, também nós, seus discípulos – graças a Ele e por meio d’Ele –, podemos e devemos ser «nova massa», «pães ázimos», livres de qualquer resíduo do velho fermento do pecado: nada de malícia ou perversidade no nosso coração.
«Celebremos, pois, a festa (…) com os pães ázimos da pureza e da verdade»: esta exortação de São Paulo, que conclui a breve leitura que há pouco foi proclamada, ressoa ainda mais forte no contexto do Ano Paulino. Amados irmãos e irmãs, acolhamos o convite do Apóstolo; abramos o espírito a Cristo morto e ressuscitado para que nos renove, para que elimine do nosso coração o veneno do pecado e da morte e nele infunda a seiva vital do Espírito Santo: a vida divina e eterna. Na Sequência Pascal, como que respondendo às palavras do Apóstolo, cantámos: «Scimus Christum surrexisse a mortuis vere – sabemos que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos». Sim! Isto é precisamente o núcleo fundamental da nossa profissão de fé; é o grito de vitória que hoje nos une a todos. E se Jesus ressuscitou e, por conseguinte, está vivo, quem poderá separar-nos d’Ele? Quem poderá privar-nos do seu amor, que venceu o ódio e derrotou a morte?
O anúncio da Páscoa propaga-se pelo mundo com o cântico jubiloso do Aleluia. Cantemo-lo com os lábios; cantemo-lo sobretudo com o coração e com a vida: com um estilo «ázimo» de vida, isto é, simples, humilde e fecundo de obras boas. «Surrexit Christus spes mea: / precedet vos in Galileam – ressuscitou Cristo, minha esperança / precede-vos na Galileia». O Ressuscitado precede-nos e acompanha-nos pelas estradas do mundo. É Ele a nossa esperança, é Ele a verdadeira paz do mundo. Amen.


Para Refletir...


A Igreja Católica e suas festas nem sempre religiosas - 28 Jul 2008


Dom Redovino Rizzardo (709 leituras)


No dia 8 de julho, recebi uma carta de um leigo cristão de nossa Diocese, questionando o uso de bebida alcoólica nas festas promovidas pela Igreja. Transcrevo-a sinteticamente:«Há duas semanas, entrou em vigor a lei 11.705, que altera o CTB em relação ao uso do álcool. Ontem, durante o encontro do nosso grupo de reflexão, surgiu um questionamento sobre a posição da Igreja diante do consumo de bebida alcoólica nas festas religiosas.Hoje, nos deparamos com um fato novo, que é a vigência da nova lei, a qual, no primeiro momento, já demonstrou os seus benefícios Como procederá a Igreja diante deste fato novo? Continuará a promover suas festas servindo bebidas alcoólicas?Uma das festas de grande expressão em nossa cidade é a de São Cristóvão (padroeiro dos motoristas), justamente aqueles a quem a lei vem regulamentar o comportamento quanto à utilização do álcool. Como católico praticante, rezo para que, um dia, todas as nossas paróquias possam abolir totalmente, de suas festas, a venda de bebidas alcoólicas».Se se pudesse brincar com assuntos sérios – mas não convém, até mesmo para não fugir do problema –, eu começaria dizendo que nasci em Bento Gonçalves, a cidade que diz produzir o melhor vinho da América Latina! Acrescentaria que o primeiro milagre operado por Jesus aconteceu exatamente numa festa de família, ocasião em que transformou em torno de 500 litros de água em vinho – e do bom, como se apressa a esclarecer o Evangelho. Para seus adversários, Jesus não passava de um «glutão e bebedor de vinho» (Lc 7,34). Por sua vez, São Paulo não hesitou em dar um conselho inesperado ao bispo Timóteo: «Deixa de beber somente água; toma um pouco de vinho para facilitar a digestão e superar tuas freqüentes doenças» (1Tm 5,23). Mas, como se sabe, a Bíblia é um oceano infinito, onde cada um pesca o que quer. Por isso, se nela encontramos elogios ao vinho, há também inúmeras páginas que o condenam veementemente. Para não cansar o leitor, cito apenas São Paulo, o mesmo que aconselhou Timóteo a não beber apenas água. Aos fiéis leigos, dizia: «Não vos embriagueis com vinho, o pai da luxúria» (Ef 5,18). Aos eclesiásticos, acrescentava: «O bispo deve ser sóbrio, não dado ao vinho nem violento» (1Tm 3,3). Por fim, às mulheres (pois a embriaguez não é privilégio dos homens), pedia que «não fossem escravas da maledicência e da bebida» (Tt 2,3).Como se percebe, para São Paulo os efeitos perversos do álcool são a luxúria, a violência e a maledicência.Se todos fôssemos adultos e maduros, não haveria problemas. Saberíamos quando beber e quando parar. «Virtus in medio: a virtude está no equilíbrio» repetiam os antigos latinos. Nem sempre a renúncia aos bens criados por Deus é sinal de santidade. Há momentos e situações em que ela é necessária, em vista de um ideal superior; mas, na normalidade do dia-a-dia, Deus pede apenas que deixemos de lado o que impede o crescimento da humanidade. Dado, porém, que a fraqueza humana é grande – o próprio Jesus falou que «o espírito é forte, mas a carne é fraca» (Mt 26,41) – é sempre mais prudente evitar as ocasiões, pois «quem abre um buraco, nele cairá» (Pr 26,27).Infelizmente, há festas religiosas em que se tem a impressão que sua finalidade principal seja o dinheiro, tanto que seu resultado positivo ou negativo é medido pelo número de caixas de cerveja vendidas... Não poucas vezes, seus próprios organizadores são os que incentivam o uso e o abuso do álcool. Não será por isso que algumas dessas festas terminam em brigas e assassinatos – ou seja, exatamente o contrário do motivo pelo qual deveriam existir?Uma síntese do que penso a respeito é dada pelo “Diretório Administrativo Diocesano”, em vigor desde o dia 1° de janeiro de 2004:«Para a sustentação da Diocese e de cada comunidade, em primeiro lugar, deve-se organizar a contribuição normal e permanente dos membros da comunidade através do dízimo. As outras promoções, como campanhas, festas, quermesses, etc., também têm o seu significado e importância, não apenas pelo seu rendimento econômico, mas, sobretudo, pelo seu valor de confraternização e participação do povo.Nestes momentos fortes de confraternização, as comunidades precisam ter o cuidado de não cometer exageros que provoquem maus exemplos ou escândalos, como, por exemplo, o comércio exagerado e sem escrúpulos de bebidas alcoólicas, motivo de constrangimentos em muitas comunidades. Os próprios bailes – a não ser os estritamente familiares – não parecem adequados para congraçar a comunidade e construir o Reino de Deus. Os fins não justificam os meios».