terça-feira, 18 de novembro de 2008

Catequese

Homilia da Solenidade de S. Pedro e S.Paulo
Pe. Luiz Carlos de Oliveira, redentorista


Os pilares da fé cristã


Jesus “escolheu 12 apóstolos para estarem com Ele e irem evangelizar” (Mc 3,14). É certo que todos eles foram grandes homens. A comunidade fixou mais as figuras de Pedro e Paulo por serem como que uma síntese de tudo o que foi realizado no anúncio do Evangelho. Sua pregação sempre se fundou sobre Jesus, a pedra angular (Mt 21,42). Chamamos Pedro e Paulo de pilares porque, em dois mundos diferentes e por caminhos diferentes, realizaram a mesma missão: formar a Igreja de Cristo nos povos.

“Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da salvação” (Prefácio). Pedro é mais conhecido que Paulo. Por outro lado, Paulo é mais apreciado pela palavra que nos deixou. Pedro era o homem simples, arrojado, cheio de toda gama de sentimentos. Paulo é o rabino, teólogo eloqüente, criativo e corajoso. Pedro é popular porque sua vida é como a de muita gente, um homem do povo.

Paulo é mais exigente intelectualmente, sendo mais fácil às pessoas de estudo. É mais fácil falar de Pedro. Mas, na tradição das Igrejas, tanto do Oriente, como do Ocidente, os dois apóstolos sempre foram celebrados juntos. São dois mundos, mas a mesma missão. Rezamos no prefácio: “Ambos trabalharam, segundo sua graça, para reunir a única família de Cristo”. No chamado Concílio de Jerusalém, os apóstolos enfrentaram a situação pastoral e deram uma resposta ousada: são capazes de dividir a Igreja em dois mundos diferentes: de um lado os judeus com sua tradição, do outro os pagãos. Nós tememos tocar em migalhas. Eles dividem entre si a evangelização do mundo. Por que tanta coragem? Não pregavam um rito, um punhado de palavras, mas Jesus que estava vivo e queria a todos vivos. Assim crescem dois galhos frondosos: os filhos Israel e os vindos do paganismo, unidos pela única caridade e a mesma fé. Quanto faz falta à Igreja essa ousadia! Chegaremos lá.


Dois mártires, o mesmo martírio


Pedro foi preso por Herodes que queria matá-lo depois da Páscoa. Foi libertado pelo Anjo. O Senhor mandou seu anjo e o salvou das mãos de Herodes (At 12,1-11). Herodes Agripa I (neto do Herodes do nascimento de Jesus) queria cortar a cabeça da Igreja nascente. O Anjo libertou Pedro. Paulo faz a mesma experiência da presença de Deus: “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim e ouvida por todas as nações, e eu fui libertado da boca do leão” (2Tm 4,17). Pedro reconhece a comunidade que participa também destes desafios: “Não vos alarmeis com o incêndio que lavra entre vós” (2 Pd 4,21) - a perseguição. O martírio dos santos é um estímulo à constância na fé e no desejo de testemunhar, pois o Senhor está também conosco.


Comunidades apostólicas


As comunidades dos apóstolos passaram por graves desafios. Os apóstolos os enfrentaram e resolveram. Imaginemos a decisão de criar dois mundos na Igreja: os vindos do judaísmo continuavam com suas tradições, os que vieram do paganismo, construíam seu modo de ser. Hoje, quais são os desafios que estimulam a Igreja? A unidade não está em fazer tudo igual, mas fazer com a mesma fé aquilo que nos difere no mundo. Paulo enfrentou Pedro e corrigiu suas atitudes. Hoje, quem sabe, falta a coragem corrigir os erros para estarmos juntos no essencial e não defendendo pequenas coisas, enquanto o mundo continuando sedento e faminto de Deus. Celebrar Pedro e Paulo é uma festa e um desafio.Leituras: Atos 12,1-11;2Timóteo 4,6-8.17-18; Mateus 16,13-19.

Ficha nº 722 -Homilia da Solenidade de S. Pedro e S. Paulo (29.06.08)

1. Pedro e Paulo se destacam no grupo dos apóstolos como representantes de uma grande ação evangelizadora. São pilares da Igreja, fundada sobre Jesus. Paulo evangelizou o mundo pagão e Pedro, os judeus. Pedro é mais conhecido por ser mais popular. Paulo, mais profundo, teólogo. As Igrejas sempre os celebraram juntos. Eles se fundam no em sua fé e amor a Jesus Cristo.

2. Sua vida dedicada a Cristo levou-os ao martírio. Em seus padecimentos, por causa da pregação, se identificaram com Cristo. Eles têm sempre a certeza de que o Senhor esteve sempre a seu lado. Os cristãos são chamados a viverem a mesma fé, esperança e fortaleza no sofrimento. Sua festa é também um estímulo.

3. As comunidades dos apóstolos passaram por grandes desafios. Enfrentaram e resolveram. Imaginemos a decisão do Concílio de Jerusalém que divide o mundo em duas partes: os judeus e os pagãos, cada um seguindo seu caminho em Cristo. Isso aconteceu, não sem dificuldades. A unidade não está em fazer tudo igual, mas com a mesma fé naquilo em que somos diferentes. Hoje brigamos por pequenas coisas e até nos descuidamos do essencial.


Dois Guerreiros e uma batalha


Pedro e Paulo, por caminhos diferentes, colocam os fundamentos da Igreja sobre a Pedra Angular, Jesus. Trabalharam em mundos diferentes. Pedro juntos aos judeus, e Paulo, junto aos pagãos, formaram a única família de Cristo. Pedro faz a maior profissão de fé: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”. Por que é grande? Porque lhe foi revelada pelo Pai. Sua fé, dom de Deus, é a resposta de todos nós a Deus. Aí se funda a Igreja que cresce e produz frutos. Nem o inferno inteiro pode vencê-la. O Senhor esteve sempre ao lado de Paulo, por isso combateu o bom combate, completou a corrida e guardou a fé. Jesus deu a Pedro deu as chaves do Reino dos Céus. Todos os que têm fé estão unidos à fé desses homens guerreiros do Reino.